De repente, ele resolveu trocar seis por meia dúzia. Mas nem percebeu que estava fazendo isso. Era tão displicente que por vezes esquecia até de escovar os dentes. Quando percebeu a burrada, viu que não dava pra fazer mais nada. Só perdeu seu tempo. Assim como você pode estar pensando que está perdendo, lendo essa porcaria de texto, como se fosse um lindo texto. Mas, já que leu até aqui, então porque não ler o resto? Quem sabe ainda possa encontrar algo que preste, que possa aproveitar, tipo assim: Nossa, eu não tinha pensado nisso! Foi bom ter continuado a leitura.
Então, depois dessa pequena introdução, vamos ao conto propriamente dito.
Havia um homem displicente, que não se importava com a vida. Vivia só por viver. Não era uma má pessoa. Até fazia alguma coisa boa. Mas por ele mesmo, não fazia nada, além de se ater em futilidades. Até que um certo dia, ja lá na terceira idade, resolveu mudar de vida. Agora com mais experiência, já valorizava a vida. Já não trocava mais sei por meia dúzia. E sim somava seis e formava uma dúzia. E até multiplicava, dúzia por duzia. Ou seja, tudo que fazia de fútil, passou a fazer de útil. E quanto mais de útil fazia, mais lhe dava alegria. Imensa alegria de viver, por ter passado a compreender, que não estamos na terra, para simplesmente viver. E sim para saber viver. Isto é, viver com sabedoria, evitando as futilidades, praticando a caridade, sem orgulho, sem vaidade, em plena fraternidade, amando o próximo como a si mesmo. Mesmo que o próximo não faça o mesmo. Trocando isso em miúdos: Fazendo ao outro de bom, tudo, mas tudo, o que de bom gostaria, que esse outro lhe fizesse. Também fazendo a inversão: Não fazendo nada ao outro, que por sua vez não gostaria, que esse outro lhe fizesse. Isso por certo lhe trará, além de imensa alegria, muita paz no coração.