Estavam vivendo um grande amor. Até o momento em que ela anunciou sua gravidez. Ele não queria ter filhos. De imediato disse a ela, você vai abortar, não vai? Ela respondeu taxativa, não vou. Ele sequer olhou pra ela. Arrumou suas coisas, e partiu pra nunca mais. Nem mesmo lhe disse adeus.
Ela seguiu sua vida, apesar de uma grande dor. Agora uma mãe solteira. Mas graças ao seu bom emprego, criou seu filho sem maiores problemas.
Muitos anos se passaram. E ele não conhecia seu filho, pois nunca o procurou.
Agora com uma doença grave, quase dois meses internado, necessitava passar por uma cirurgia de alto risco. Ocorre que seu filho, agora médico famoso, e um excelente cirurgião, era quem iria fazer o procedimento cirúrgico.
Antes da cirurgia, ele conversou demoradamente com o médico. Confidenciando a este, que estava arrependido de não assumir seu filho a muitos anos atrás. E que não sabia onde encontrá-lo para poder se redimir, pois sua ex-namorada não morava mais na cidade. Conversaram mais um pouco e as peças foram se encaixando. O cirurgião constatou que sem dúvida, aquele homem era o seu pai, que queria abortá-lo, e o abandonou. E agora, o que fazer? Uma duvida cruel. Deixá-lo morrer? Ou deixá-lo viver?
A cirurgia era de alto risco, todos sabiam. Ele não seria acusado de nada. Mas como hábil cirurgião que era, tinha certeza que poderia salvá-lo, apesar do alto risco.
Será que o salvou ou deixou-o morrer?
Conto no próximo capítulo.